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Hoje acordei á hora do costume e a 1ª coisa que descobri foi que não tinha luz!!!
Ok, normal, logo chega....
Pois !!! mas a 2ª que descobri foi que não tinha gás para o cafézinho.....
Ouvi um estranho apito muita baixinho e estranho, fui seguindo o dito de ouvido e vinha do contador da electricidade.
Coisa estranha, este contador: Uma caixa de plastico preto, um mostrador digital com uma serie de zeros a piscar e um teclado numérico por baixo.
Achei estranho ver luz numas casitas aqui ao pé, peguei no célular e liguei para um colega meu daqui Moçambicano que me tem aturado e integrado nesta nova realidade:
-OI.... já tás acordado??? (se não estava ficou, mas não se desmanchou). Contei-lhe o que se passava e ele com um tom de voz entre o "condescendente com o maçarico" e o "este gajo deve ser burro , comé que chegou a engenheiro?", explicou-me:
-Tens que pegar no cartão multibanco, vais á caixa , dizes que é para comprar electricidade, pões a quantia , e sai-te o talão com um código; chegas ao contador , digitas o código, fazes enter e a bela da luzinha acende até gastares o que compras-te...................
Sem cá alugueres de contador, contagens do homem da EDP, sem taxas RUs, sem estimativas e bi-horairisses, cartas para cá, cartas para lá, dividas acumuladas á EDP, acertos de fim de ano...,.,. e aqui é que é o mato????
Aproveitei e perguntei~lhe, já agora, se sabia onde se podia comprar gás; Pois, já desconfiava, só em TETE, na bomba de gasolina tangerina da lusa GALP, depois de passar a malfadada ponte sobre o Zambeze e furar a fila dos camiões.
Como o que tem que ser tem muita força, bilha de gás no banco de trás e ala para Tete.
Passei a ponte, comprei o gás, aproveitei atestei o fórbaifór e....... e.... já que aqui tou deste lado, vou seguir o conselho familiar que foi me foi dado......vou até ao Songo, até porque é logo ali, cerca de 200 quilometrositos para noroeste. Se bem pensei, melhor o fiz, bora ao Songo !!!!
A estrada, á medida que avança pela planície árida que rodeia esta zona, começa a ficar mais sinuosa , a floresta mais verde e serrada e começam a aparecer as serras.
Bem....um espectaculo. Já fiz varias vezes o Atlas Marroquino. Isto em natureza bruta, em grandiosidade consegue, se não ser superior, pelo menos igualar o que sinto lá, mas bem mais virgem.
As tantas, já perto do Songo vislumbro uma picada á esquerda e uma placa ferrugenta onde me pareceu ler a palavra "cais". Travões a fundo, marcha á ré, e lá estava : cais da pedra , albufeira.
Cá para mim.... cais e albufeira na mesma placa só pode ser o lago da barragem de Cabora Bassa.
Pisca pra esquerda , tração ás fórweelles cá vamos nós. Cerca de meia hora depois, a estrada estava cortada por um rio de aluvião que a desfez e abriu ao meio. Carrinho parado, fui até á beira do rio, tirei uma foto, pró blog, e disse cá prós mês botões : vais ter que passar...se não conseguires e ficares atolado até aos makenzes, logo se vê o que se faz.
Ainda vou ter que telefonar ao mê amigo Paias para trazer o Discovery e uma corda,..,..,,.,.,. hehehehhe
O bicho nem pestanejou, atirou-se ao rio, esgravatou furiosamente e saiu do outro lado a abanar-se que nem um cão de agua Algarvio !!!!
Cerca de mais quase uma hora , a seguir a uns pedregulhos imponentes, lá estava a albufeira... coisa linda!!!!
Segui por fora de estrada , por umas picadas manhosas ao longo da margem e fui dar aos tais empreendimentos turísticos explorados pelos ZAs onde se dorme , come e se vai á pesca do peixe tigre de barco. São sítios manning simples, palhotas, mas com um ar muito agradável.
Aqui pensei outra vez no Paulo Paias: Aquele gajo havia de adorar isto......
Fui andando até ao paredão da barragem, e aí apanhei alcatrão e numa estrada sempre a subir e muito sinuosa fui dar ao Songo.
Procurei pelo restaurante do Sr.Teles, um Portuga que tem um restaurante no centro da terrinha , e comi muita bem : Sopa de legumes, peixinho fresquinho do rio grelhado, e , viva o luxo, até sobremesa: Comi algo que nunca tinha comido e lambi-me por mais: Maçanicas cozidas em calda de açúcar com vinho do porto e canela.
É assim, a modos que, uma versão afro de pêras bêbadas ...
Depois.... barriguinha cheia de boa comida e um dia bem passado...., depois foram os mesmos km para trás, fila da ponte, camiões confusão e gente por tudo que é sitio, as tinguabanas de sempre ao ataque dos camiões, e o meu belo contentor que estava quente que nem um forno (deve ter sido das saudades por ter ficado sozinho).